O velho debate entre qualidade do transporte coletivo e o custo da tarifa

Mesmo com a chegada de novidades como o sistema de compartilhamento de bicicletas e patinetes, a ampliação dos transportes por aplicativos e investimentos na malha cicloviária e calçadas acessíveis, não podemos nos esquecer que o principal meio de deslocamento, o transporte coletivo urbano, deve ser sempre a prioridade na discussão sobre mobilidade urbana, afinal, é quem transporta a maior parte da população.

Atualmente, a concessionária de transporte urbano conta com uma frota de 141 ônibus operando na nossa capital capixaba. Diariamente, cerca de 90.000 passageiros são transportados em Vitória.

Frente às dificuldades vividas pela sociedade diariamente, como o elevado tempo de espera nos pontos de ônibus, a falta de linhas e trajetos, a falta de segurança, a falta de conforto, a lotação em algumas linhas, o elevado tempo de viagem, veículos deteriorados ou com manutenção precária, ainda precisamos decidir se o preço que pagamos é justo ou não. Mais do que isso, se estamos dispostos a pagar mais para ter melhor prestação do serviço.

De acordo com dados da Prefeitura de Vitória, em seis anos o custo da tarifa do sistema municipal aumentou de R$ 2,70 nos ônibus convencionais para R$ 3,90, ou seja, um aumento de 44,44%, enquanto a inflação ficou em 31,55%.

Mas já sabemos que só a inflação não é parâmetro para efeitos de comparação, afinal, o que influencia no cálculo do preço das passagens é a quantidade de ônibus prestando serviço, a quilometragem rodada, o salário dos motoristas e cobradores, o óleo diesel e outros insumos como pneus, por exemplo. Além, é claro, dos gastos com oficina (manutenção e peças), despesas administrativas o lucro das empresas. Depois disso tudo, vem a parte mais importante e com grande influência no cálculo da passagem: a quantidade de usuários do sistema de transporte coletivo. Ou seja, consiste em calcular todo o custo, incluindo as isenções e dividi-lo pela quantidade prevista de usuários que pagará o valor integral. 

Para melhorar o serviço e ser mais atrativo, alguns investimentos e conceitos devem ganhar atenção, em especial os corredores exclusivos, que permitirão tornar o sistema mais eficiente, transportando os passageiros no menor tempo possível. Menos tempo no trânsito significa mais qualidade de vida, mais tempo com a família, mais tempo para novos projetos como estudo, por exemplo, e tempo pra si mesmo.

Além disso, a imobilidade urbana gera grande impacto na vida da população. Segundo dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), diariamente o tempo médio de deslocamento casa-trabalho varia entre 30 a 40 minutos, causando um enorme desgaste aos usuários do transporte público. E, ainda, o tempo perdido no trânsito no Brasil custa R$ 290 bilhões, conforme levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).  

Conforto também é um fator importante, segundo pesquisas de opinião feitas com usuários. Atrair novos adeptos significa oferecer veículos com ar condicionado e wi-fi, e quem sabe até um serviço de entretenimento, com disponibilização de filmes e séries. 

Lógico que ainda temos de pensar na segurança, afinal, ninguém deseja poder ter isso tudo à disposição, mas perder o celular e outros bens em toda nova viagem. 

Devemos salientar também que o transporte coletivo é de suma importância para administrar o trânsito das cidades. Esse modelo permite diminuir congestionamentos, gerar menos poluição e redução dos acidentes de trânsito, bem como proporciona uma melhora na qualidade de vida da população.

Enfim, muitos são os desafios que enfrentamos para que tenhamos um serviço de transporte coletivo de qualidade, porém, por meio de uma boa gestão, de um sistema de contagem e auditoria sérios, e com participação da sociedade, teremos ferramentas para melhorar equilibrar a relação entre custo da passagem e qualidade do serviço que queremos.

Max da Mata (PSDB) é vereador de Vitória

Data de Publicação: quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

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